(Hannah Olinger/Unsplash) Olá, antiga Eu. É engraçado olhar pra trás e ver o quanto as coisas mudaram, a começar pela gente. Já não tenho mais o peso de antes e tampouco os fios de cabelo alisado. Nesse último aspecto, eu me orgulho um pouco mais por se tratar de um processo de autoaceitação que deu certo. A questão do peso ainda está em fase de (des)construção. Mas não é para isso que eu comecei a escrever essa carta. Na verdade, sequer posso dizer que haja um motivo específico. Talvez seja muito mais uma maneira de me reavaliar para saber o que que eu desejo que permaneça (ou não) na minha vida. Você deve se lembrar das tantas vezes que nós repetimos a máxima de querer ser adulto logo. Provavelmente esse tenha sido um dos nossos maiores enganos da nossa juventude. Por que sim, existem pontos positivos em ser adulto, mas eles vês junto a uma série de exigências e obrigações até então inexistentes. Por que nada funciona como uma comédia romântica onde tudo é resolvido no final. A vida
(Foto: Isac Nóbrega/PR) Já se passaram mais de 500 anos desde que o Brasil foi colonizado (ou melhor seria dizer invadido?) e desde lá a gente parece não ter aprendido muita coisa. Pior que isso talvez seja a nossa memória curta, mesmo para situações extremamente desesperadoras. Em 1972, em plena ditadura militar, um dos maiores compositores da história da música popular brasileira, Luiz Gonzaga do Nascimento Jr., o Gonzaguinha, lançava seu disco homônimo com uma canção que bem representava o país daquele momento e que, por incrível que pareça, continua representando até hoje. Você deve notar que não tem mais tutu E dizer que não está preocupado Você deve lutar pela xepa da feira E dizer que está recompensado Você deve estampar sempre um ar de alegria E dizer: tudo tem melhorado Você deve rezar pelo bem do patrão E esquecer que está desempregado Você merece Você merece Tudo vai bem, tudo legal Cerveja, samba e amanhã, seu Zé Se acabarem teu carnaval A letra de Comportamento Geral incr